sábado, 12 de março de 2011

Mudanças de Vida

Resolvir dar a cara ao mundo e aos amigos daqui.
Confesso que deixei para depois os planos de arrumar e decorar melhor meu cafofo, que entro poquissimas vezes para visitar as pessoas da blogsfera que que adoro, que não publico mais os posts das coisas que acho lindo... gente, admito que não tenho mais tempo para nadinha e não estou gostando nada disso, mas, por outro lado, estou fazendo algo que tenho paixão de uma vida toda.
Explico: depois de um ano e meio morando em São Paulo e de "férias" de escritório e chefes, resolvi voltar a trabalhar em minha profissão "de sangue", chamo assim porque a minha vida toda, desde que pude começar a trabalhar quando me formei na escola técnica, só trabalhei na engenharia civil, profissão escolhida e nunca duvidei do que queria ser quando crescesse! Amo minha profissão!
Nessa profissão de uma vida, já vivi de tudo. Já andei por muitos lugares no meio do nada, realizei muitos projetos em minha vida e ajudei a trazer muitas alegrias em um povo sofrido ao ver chegar em sua casa a água na torneira, a energia elétrica, uma escola para os filhos, um posto médico ou uma estrada com asfalto ligando cidades. E nessa rotina passei por quase vinte anos.
Agora, depois dessas "férias opcionais" resolvi voltar, por isso me afastei mais da net e focar melhor a busca por uma colocação aqui em São Paulo.
Voltei a trabalhar essa semana e preciso dizer o que todos que moram em SP sabem: Não é fácil enfrentar a rotina do trânsito para quem trabalha longe de casa!
Em apenas uma semana, diminui duas horas de sono, já tomei chuva (e estou com uma forte gripe), enfrentei o mêtro abarrotado de gente, ônibus cheio e congestionamentos, etc, etc. Estou me  sentindo dentro daquele grupo a que se referia um ex-presidente do Brasil: "Trabalhadores do Meu Brasil".  Mas, apesar de tudo, vou colocando a rotina no eixo até tudo se encaixar direitinho e tentar arrumar tempo para fazer outras coisas que eu amo na vida.
(Minerva, símbolo oficila da Engenharia Civil)

Então, apesar de ausente na 'casinha' de vocês, eis aqui uma AMIGA VIRTUAL a fazer um pedido:
Não me abandonem!!!!

domingo, 6 de março de 2011

Notícias e história

Gente querida do meu coração, é feriadão de carnaval e tiramos para descansar, ler, dormir, colocar a conversa em dia, dar notícias e matar um tantinho a saudade das pessoas que adoro.
Como sabem, enfrentei problemas com a conexão por mais de um mês e nesse tempo fiquei sem net, usei conexão de uma amiga, tentei novamente assinatura de uma conexão sem fio (comprovadamente não tenho sorte com esse tipo de serviço), agora já resolvemos o problema em casa e espero que esteja mesmo estabilizado.

Agora tenho que contar uma história, assim, como diria.... algo bem incomum na vida de qualquer pessoa:
Em 2000 ganhei um cachorro da raça poodle, chamava-se Doug Fanny (nome escolhido pelo desenho animado do Doug que eu sempre adorei).
Ele tinha uma vida muito alegre e feliz. Era um poodle diferente, era dócil demais, obediente e carinhoso com todo mundo e muito queito. Desde novinho, descobri que era doentinho do coração e assim passei a dobrar os cuidados veterinários e com mais cuidado para prolongar sua vidinha sem sofrimento.
Passado a parte, quando me mudei para São Paulo trouxe ele comigo e se adaptou muito bem, apesar de já estar com quase 10 anos. Eu sempre trazia comigo para nossa loja, ficava livre, dormia embaixo do balcão e nunca saía a rua sozinho. O comportamento dele era muito admirado pelos clientes, pois ficava na dele, sem latir, sem estranhar ninguém.
Em março/10 estava na porta da loja com ele e minha sobrinha de 2 anos e não sei de onde surgiu um pitbull que levou ele pela boca, sem puder fazer nada... Nem preciso dizer o quanto isso me dói até hoje quando faz um ano do ocorrido. Demorei muito para me acostumar com sua ausência, assim como demorei me acostumar com o novo pet que ganhei de minha sogra dias depois do ocorrido, parecia que eu me recusava a colocar outro no lugar dele.

Mas, assim como o mundo gira, as coisas mudam e eis o que a vida me coloca:
No início de fevereiro, veio parar na porta da loja um cão da raça pitbull, não conseguia andar direito e tinha ferimentos na pele. Ele chegou, deitou e ali ficou impedindo a entrada de carros no estacionamento interno. Muitas pessoas (inclusive eu) ficaram assustadas e indignadas com a situação do animal. Chamamos a prefeitura três vezes e nada de virem acudir o animal. Confesso que até 'xinguei' o responsável pela administração pública municipal porque fazer propaganda é fácil, não cumprir é imoral!
Então a Edmélia, minha vizinha de comércio teve a idéia de tentarmos cuidar dele, pelo menos para que pudesse melhorar um  pouco e voltar para rua. Apareceu também outra vizinha, a Tiemi. Começamos uma luta para salvar o animal. Edmélia que é mais acostumada com cão de maior porte foi quem mais se aproximou dele, que aceitou o carinho e não reagiu com agressividade, logo vimos que ele confiou nela de cara. Liguei para o veterinário que recomendou a medicação. Edmélia dava comida na boca do bicho e Tiemi corria com as ligações telefônicas e publicações na internet para tentar um local para abrigá-lo temporáriamente ou adoção.
Assim ficamos quase uma semana: durante o dia, ficava amarrado na minha loja, a noite dormia na sacada de Edmélia (que já tem cinco cães em casa e apesar da amizade imediata, não podia adotar por falta de espaço) e essa situação ficou insustentável. A noite ele uivava muito triste e passou a incomodar uma pessoa idosa que mora na mesma casa. Era de dá pena de ver aquele animal grande tão triste, doente e indefeso.
Foi então que Tiemi, através do namorado dela, conseguiu contato com a Claudia, presidente da ONG Clube do Vira Lata, que nos ofereceu ajuda imediata, mas já avisou que estava lotado e não poderia abrigá-lo. Então o levamos  na sede do Clube, lá em Ribeirão Pires para uma consulta geral e avaliação veterinária.
Imaginem vocês a cena: três mulheres (eu dirigindo o carro) e um pitbull enorme dentro de um fiesta! Todos ficaram admirados com o comportamento do animal, muito tranquilo, mesmo assim admito que fui corajosa!
A equipe veterinária constatou que ele estava bem, apesar dos ferimentos na pele, e que pelo aspecto que apresentava de ser bem cuidado, não era animal de rua, então deduzimos que ele fugiu ou foi abandonado pelo dono (pior das hipóteses e que representa a mais dura crueldade com um animal).
Então com muita ajuda da ONG Clube do Vira Lata e outras pessoas conhecidas, conseguimos hospedá-lo em Cotia na clínica Hospeda Bicho, onde ele podia receber todos os cuidados necessários.
Assumimos as despesas enquanto corríamos atrás de alguém para adotá-lo e também pedir ajuda financeira pois sabíamos que, apesar da ajuda pela indicação da ONG, o valor não ia ser baixo porque ele precisou de vacinas e medicamentos.
Ficamos dias e dias perguntando quem podia adotar o animal e nada de conseguirmos, era sempre a mesma resposta e espanto... parece que muita gente tem a mesma opinião sobre a fama da raça: MEDO. Confesso que eu também tenho, morro de medo e com razão, poderia ter até mesmo muita raiva, mas parece que Deus trabalha nosso coração e foi assim que ajudei aquele animal, sem pensar no que aconteceu com o meu Doug e nos muitos ataques de pitbull registrados a pessoas.
Semana passada enfim surgiu um rapaz que o adotou, lhe deu o nome Thor e assim ele foi para o novo lar. Já recuperado, mais forte e muito mais alegre, nem parecia aquele animal triste que pedia socorro pelo o olhar.
Tivemos muita sorte, ajuda divina e de muitas pessoas que se dispuseram a ajudar divulgando o caso e pedindo ajuda para adoção, outras ajudaram financeiramente e muitos apoiaram a iniciativa de não deixarmos o animal morrer na rua, pois era o único fim certo para ele naquele estado.
Sei que a opinião é quase uninânime de que a raça é violenta e agressiva, mas o que aprendi com informações de profissionais da área é que são animais fortes e muitos são treinados pelo dono para atacar, são "treinados" para briga e poir, para rinha. Por outro lado, quando criados de forma adequada, são animais dóceis com todos, mesmo assim é preciso ter cuidado com a convivência e contatos, principalmente com pessoas estranhas.
Enfim, resolvi escrever esse post, não para defender os animais violentos, mas apenas como desabafo pela revolta contra aqueles que "falsamente" gostam de animais, criam e jogam na rua.
Quanto ao meu medo de cães da raça pitbull, continua e inclui outras raças até mesmo aquelas de pequeno porte que podem fazer um estrago ao atacar, mas o que mudou mesmo foi meu olhar em relação aos animais abandonados na rua, se antes já queria ajudar, a partir de agora farei isso mais vezes.

Pedido: Quem mora em São Paulo, gosta de animais e puder ajudar o Clube do Vira Lata, entra no blog ou facebook e vejam o trabalho da ONG. Estive lá pessoalmente, vi o trabalho deles e estão de parabéns. Só com muito amor no coração para se doar com tanta dedicação.